A Facilitação Virtual e a Lei de Murphy
Segundo Kay Pranis, a responsabilidade do facilitador é ajudar os participantes a criar um espaço seguro para a sua conversa e monitorar a qualidade do espaço durante o tempo em que o Círculo estiver acontecendo. Para realizar esta tarefa, ela cita 6 habilidades imprescindíveis ao bom facilitador:
- Paciência
- Humildade
- Escuta atenta e profunda
- Aceitação de que todos merecem respeito
- Disposição para lidar com a incerteza
- Habilidade para compartilhar responsabilidade.
No ambiente virtual o desafio para o facilitador é maior e devemos reforçar a nossa preparação enquanto facilitadores. Os imprevistos sempre acontecem, acompanhando a famosa Lei de Murphy que diz: “Se alguma coisa tem a mais remota chance de dar errado, certamente dará”.
É microfone que não funciona, facilitador que perde a conexão, vídeo que não roda, música que não se escuta, participante que cai e não consegue voltar… Enfim, nos círculos online, se alguma coisa pode dar errado, vai dar errado da pior maneira e no pior momento, como previu Edward Murphy.
Precisamos estar preparados para estes imprevistos da melhor forma possível e a primeira coisa a ser feita é internalizarmos os ensinamentos da nossa mestra Kay, principalmente a “Disposição para lidar com a incerteza”. Aceitar que nunca teremos o controle de tudo e que devemos relaxar no processo é uma boa saída. Não somos perfeitos e assumir nossas vulnerabilidades ajuda a gerarmos empatia e conexão com o grupo. A outra habilidade que pode nos ajudar nestes momentos é “Habilidade para compartilhar responsabilidades”. Podemos devolver ao grupo as questões difíceis, inclusive quanto a estes imprevistos, para que as decisões sejam construídas conjuntamente.
“Paciência e Humildade” nestas horas é imprescindível e ajudará a nos mantermos calmos. Em um estado de tranquilidade geramos um campo propício ao surgimento da nossa criatividade e capacidade de improvisação. Caso nada disso funcione para você, aconselho a ter sempre um plano ‘B” na manga. Quando for planejar o seu roteiro e pensar em utilizar alguma ferramenta, como vídeo, música, ou imagem, mesmo que ela seja a sua atividade favorita, tenha outra já preparada para substituí-la. Por exemplo, se a sua cerimônia de encerramento estiver planejada com uma música ou vídeo e na hora não funcionar, tenha uma poesia ou um pequeno texto para ler no lugar e, assim, finalizar o encontro da melhor forma possível.
Outra coisa que entendo importante é facilitarmos Círculos no ambiente virtual sempre em duplas, combinando que, enquanto um facilita, o outro fica atento ao grupo e aos imprevistos, cuidando microfones abertos, sinais dos participantes, acessos à sala virtual, retornos, necessidade de interrupção… Estes papéis podem ser alternados a cada rodada ou a cada Círculo, a depender dos combinados prévios entre os facilitadores.
A maior dica, no entanto, é não ter medo e facilitar.
Feito é melhor do que perfeito!
Só a prática vai nos trazer a segurança necessária. Facilite Círculos e sempre que possível participe de Círculos realizados por outros facilitadores. Aprendemos, também, quando participamos genuinamente.
Por: Carla Grahl
Círculos é abertura do que está no mais profundo do âmago do SER. Essa proposta pode limpar sua raiz e trazer brilho na sua vida agora.
Obrigada Rose pela contribuição. Super concordo e por isso sou uma apaixonada por esta metodologia dialógica! teremos novidades para este ano, segue com a gente!
Excelente partilha, atenção para lembrar de possíveis imprevistos e estar preparado pode contribuir no bom andamento do círculo. Gratidão por trazer esse rico conteúdo.